Caso Mariana Ferrer: problemas do home office

Caso Mariana Ferrer: problemas do home office

O mais recente absurdo manchete de todos os jornais nos últimos dias é sobre Mariana Ferrer, que foi dopada por André de Camargo Aranha antes de sofrer um estupro. A polêmica surgiu quando a gravação da audiência veio à tona pelo Intercept. Mas o propósito aqui não é falar do já absurdo fato e sim da tecnologia envolvida nisso.

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Mariana em Audiência Virtual

Os impactos da pandemia do Corona Vírus parecem estar muito longe de acabar. E não duvido que este caso seja mais um exemplo disso. Para você que não acompanhou, sugiro que leia aqui antes de continuar. Este é o caso do “estupro culposo” que você deve ter ouvido falar.

O vídeo da audiência exibe uma sala virtual com apenas uma moça e quatro homens, sendo, diria eu, covardemente atacada por Cláudio Gastão, advogado de defesa do agressor. Durante alguns minutos ele a humilhou de forma que nem o mais machista dos anti-feministas conseguiria não sentir ódio. E do ponto de vista tecnológico, será que o mesmo teria acontecido numa audiência presencial?

Independente da resposta que não pode ser prevista, o fato é que no ambiente particular de sua casa ou escritório, sem olhares ou público, o referido advogado teve bastante liberdade para argumentar todos os absurdos que achou necessário para acusar Mariana.

Se traçarmos um paralelo com os Haters (termo usado para pessoas com reações odiosas na internet), o comportamento é semelhante: na privacidade de casa e protegidos pela distância social ganham força, estatura e volume para praticar comportamentos ou identidades duplas que não seriam vistas na “vida real”.

Em um tribunal Mariana poderia ter sido protegida dos ataques verbais? O que você acha?

Se o “futuro do trabalho” é home office, estamos diante de uma boa oportunidade, das centenas de situações que ainda surgirão, para questionarmos os impactos que essa mudança radical pode provocar.

Este texto tem a finalidade apenas de questionar e refletir à respeito da transformação digital que, como tudo, tem seu lado negativo.

Um abraço, Rafael Tavares – da Usabit.